Num intervalo de 10 dias uma eleição que parecia decidida se tornou indefinida. Com uma variação de pouco mais de um ponto percentual, Zé Neto (PT) assumiu a liderança da corrida em Feira de Santana pela primeira vez, numa eleição que caminha para o segundo turno, segundo a pesquisa AtlasIntel/A TARDE.
Apesar disso, não é possível cravar um favorito. O ex-prefeito José Ronaldo (União Brasil) recuou 5,6 pontos percentuais num eleitorado que tem menos de 1% de indecisos. O fiel da balança é Carlos Medeiros, do Novo, que cresceu 5,2pp.
Quando apresentados aos nomes dos candidatos, 46,2% dos eleitores pesquisados declaram intenção de votar em Zé Neto, 45,1% em José Ronaldo e 6,8% em Carlos Medeiros. Em votos válidos, Zé Neto tem 47,1%, José Ronaldo 45,9% e Medeiros 6,9%.
Na pesquisa divulgada em 24 de setembro, José Ronaldo tinha 50,7%, Zé Neto 45% e Medeiros 1,6%. Esse cenário apontava para uma definição em 1º turno, já que, segundo avaliação de Yuri Sanches, analista de risco político da AtlasIntel, os votos pareciam consolidados.
“O crescimento de Zé Neto é de um ponto, foi José Ronaldo que caiu, perdeu votos para o Carlos Medeiros”, constata Yuri. Para ele, o maior desafio do ex-prefeito ainda é se descolar da imagem de Colbert Martins (MDB), seu ex-vice, que tem uma reprovação de 82%.
Apesar da mudança de quadro, a disputa permanece indefinida. Num cenário de 2º turno, Zé Neto teria 46,8% contra 46,1% de José Ronaldo, uma diferença decimal e que demonstra quase nenhuma migração dos votos do candidato do Novo.
“Isso significa que a cabeça do eleitor não está totalmente resolvida. A corrida está extremamente aberta, não é o mesmo cenário da pesquisa anterior”, avalia Sanches, que não descarta a definição em 1º turno.
“O voto útil pode acontecer até o último momento, com o eleitor retornando para o José Ronaldo no 1º ou no 2º turno”, diz o analista. Para ele, o eleitorado que migrou para Carlos Medeiros não parece consolidado.
“A pesquisa captou um voto de protesto de um eleitorado ainda ressentido pelo fato de José Ronaldo ter deixado a prefeitura para concorrer ao governo e permitido a posse de Colbert”, explica Sanches. No entanto, a possibilidade de uma vitória inédita do PT na cidade pode reagrupar esses eleitores, movidos pelo anti-petismo.
Com informaçõe do A Tarde