terça-feira, novembro 5, 2024
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Brasil tem um dos maiores índices de laqueadura do mundo. Entenda riscos e realidades da gravidez após o procedimento

O Brasil tem um dos maiores índices de laqueaduras do mundo, com quase 40% das mulheres em idade reprodutiva esterilizadas, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). O mais alarmante é que muitas mulheres brasileiras optam pela esterilização no auge de sua capacidade reprodutiva, entre 20 e 30 anos. A laqueadura, também conhecida como ligadura de trompas, é um procedimento médico de esterilização para mulheres que optam por não engravidar. Consiste em amarrar, cortar ou colocar um anel que funciona como forma de bloqueio dos tubos uterinos.

Muitas mulheres que aderem ao procedimento têm uma dúvida comum: é possível engravidar após ter realizado a laqueadura? Para as mulheres que se arrependem, existe a opção da reversão, que é bem-sucedida em aproximadamente 80% dos casos.

“O ideal é que a mulher tenha um planejamento antes de realizar a laqueadura. Existe um método cirúrgico de reversão, porém com baixa possibilidade de um resultado satisfatório e, consequentemente, baixa possibilidade de engravidar“, explica a médica Isa Rocha. A especialista alerta que apesar de ser reversível, a eficácia dessa reversão vai depender da preservação das extremidades das tubas uterinas e da ausência de dilatação.

A gravidez após a laqueadura

Vários fatores podem levar ao arrependimento futuro, principalmente o desejo de novas gestações diante de um novo casamento, o crescimento ou falecimento dos filhos. Para mulheres mais jovens, com menos de 35 anos, sem qualquer outro fator de infertilidade, a salpingoplastia, isto é, a reversão cirúrgica da laqueadura, pode ser uma alternativa para realizar o sonho da nova gestação.

O sucesso da reversão envolve fatores como o tipo de lesão causada nas trompas e o comprimento da trompa que permanece após a laqueadura.  O percentual de sucesso é de até 70% de taxa cumulativa de gravidez, em 1 a 2 anos, dependendo da idade materna. Mas após a reversão, o risco de gestação ectópica, que ocorre na própria trompa, aumenta cinco vezes, podendo chegar a 7%. Em alguns casos, porém, mesmo reconstituídas, as trompas não recuperam sua função.

Caso a reversão não ocorra com sucesso por algum motivo, ou caso a paciente não se enquadre num contexto em que os médicos optem pela reversão; não é necessário desespero.  A medicina reprodutiva oferece cada vez mais sucesso nos tratamentos que buscam nova gravidez em mulheres com laqueadura tubária. Através da técnica da Fertilização In Vitro (FIV), onde os óvulos são capturados e levados ao laboratório para que sejam fecundados com o sêmen (de um parceiro ou banco de sêmen), a mulher pode realizar o sonho de ser mãe.

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