quinta-feira, setembro 19, 2024
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Neném do Acordeom conta a historia e desafios da sua carreira

O musicista Neném do Acordeon foi o terceiro entrevistado da série especial de matérias com artistas forrozeiros. O Sanfoneiro Veterano nos festejos juninos, o artista falou sobre sua trajetória no mundo do forró sobre a carreira, sua agenda agitada de arrasta pé com seu forró tradicional.

“Essa época é tudo pra gente! A gente se prepara o ano inteiro para esse momento e quando se põe a sanfona no peito, fica tudo lindo e maravilhoso. ‘Todo o tempo quando houver pra mim é pouco pra dançar com meu benzinho numa sala de reboco’, numa referência a Luiz Gonzaga, o grande rei. E viva o São João! Costumo dizer que o São João é a apoteose brasileira. A Maior expressividade cultural do mundo, precisamos enfatizar isso e valorizar. O São João tem uma música, uma culinária é uma bebida e uma indumentária. Mostre outro evento que tenha tudo isso. Não existe! Estou falando da Bahia,com 417 municípios que comemora todos os festejos juninos, São João, São José e São Pedro. Isso é nosso, do Nordeste, do Brasil e precisamos valorizar isso Eu luto pelo forró, querem nivelar a gente a zero, mas a gente luta e resiste “, declara o músico, que salienta que falar em forró, obrigatoriamente é preciso citar de Luiz Gonzaga.

O músico natural de Jaguara, Feira de Santana é um forrozeiro tradicional que toca de ouvido (reconhecer as notas sem partitura) para ele, a sanfona é a grande representação da cultura nordestina, e não pode ser deixada de lado. Neném do Acordeon se descreve como um sujeito simples de Jaguara, filho de parteira que começou na música desde idade de 11 anos, quando tocava violão com o pai que também era músico.

“Minha trajetória até a sanfona, eu era violonista e eu tocava com ele, Zé de Alice, no distrito de Jaguara todo, naquelas festas que começavam 10 da noite e parava só com o sol lá fora. Eu era menino e aquele monte de gente achando bonito um menino pequeno, ficavam em cima de mim e eu abaixava a cabeça com vergonha. Quando dava 1 hora da manhã e eu cansava, dormia por lá. Depois fui ser guitarrista de banda de baile aqui, mas naquela época dos anos 80/90, tinha muita dificuldade com tecladista. Um belo dia fui tocar no Limoeiro, onde tinha gente para caramba e o tecladista disse que não ia e eu disse aos meninos que iria no lugar. Eu peguei aquelas etiquetas de marca preço e marquei as notas no teclado, toquei e dali pra cá, virei tecladista. Toquei com muitos músicos bons, dei sorte, toquei com os melhores e absorvi. Artistas bons de Feira de Santana como Paulo Bindá e Cescé, Márcia Porto, Djalma, Timbaúba, entre outros”, diz.

Superação

Para o artista a sanfona é mais do que um instrumento musical, é a consolidação de um sonho e de muita superação.

“Quando a Sanfona chegou na minha vida, eu costumo dizer que foi coisa de Deus. Em 1998 eu sofri um grave acidente de carro, com fratura exposta. Coloquei duas placas de platina e 12 pinos e eu pensei que o sonho de tocar sanfona já não aconteceria mais. Depois fui à Expofeira e vi Flávio José tocando e pensei que teria que dar um jeito. Encontrei o cara que me deu a primeira sanfona, tentei e não incomodou o braço do acidente, mas eu não conseguia. Até que fiquei lutando, tentando e deu certo. Estudei em casa em segredo um ano e um dia anunciei aos colegas que tocava. A sanfona foi o começo da minha vida, na música a sanfona para mim é tudo é um instrumento muito difícil, mas é muito prazeroso“, relembra.

Histórias de festejos

“Uma vez fui tocar em Pintadas, estava marcado para tocar 2 horas da manhã, mas só comecei com o sol nascendo. Eu pensei, que não iria ficar ninguém e que eu tocaria só para as muriçocas. Para minha surpresa, não foi assim. Só parei de tocar as 7:40h, com um sol alto rachando e o comandante da polícia pedindo para parar. Se eu continuasse tocando, o pessoal continuaria o dia todo, ninguém ia sair”, conta

 Forró

Para Neném forró no Nordeste conta com a sazonalidade das festas juninas, quando deveria ter espaço o ano inteiro, como acontece em outras partes.

“Hoje eu vejo forró com seu espaço, não só aqui no Nordeste. Há uma inversão de valores, pois no Sudeste tem forró o ano inteiro e aqui a gente toca mais na época junina. Nos outros dias até tocamos, mas não com o espaço que deveríamos”.

Agenda

Apesar de ter uma agenda intensa de shows pelo estado, o músico está entre as atrações do São João 2024 de Feira de Santana, realizado nos distritos de São e Maria Quitéria.

“Expectativa muito grande! Vamos rodar o estado todo. Estaremos em Pintadas, Tanquinho, Irará, Antônio Cardoso, Ipecaetá, Feira de Santana, lógico, pois não poderíamos deixar de fora. No Pelourinho em salvador entre outras localidades”, conta.   

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