A Praça do Cordel sempre é um dos espaços mais visitados do Festival Literário e Cultural de Feira de Santana (Flifs). Na manhã desta quarta-feira (27) o local foi palco para uma homenagem ao mestre da poesia popular Chico Pedrosa, que há mais de 70 anos produz literatura de cordel. A atividade foi mediada pelo cordelista e cantor Maviael Melo, de Salvador.
De acordo com Romildo Alves, conhecido como ”Garotinho do Cordel”, que participou da organização do Tributo a Chico Pedrosa, o homenageado foi escolhido por ter grande relevância para o meio poético. ”Geralmente tributos acontecem para lembrar de pessoas que já se foram, a gente quis aproveitar a presença física desse mestre para mudar essa realidade. Uma grande oportunidade de reconhecê-lo, um dia muito especial”, disse.
Chico Pedrosa tem hoje 87 anos e acompanhou com muita emoção o tributo. ”Estou me sentindo muito feliz e completo porque homenagem é algo que só recebe quem merece. A minha grande inspiração sempre foi a minha família, que tem cantadores, repentistas. Através deles eu comecei a rabiscar algumas coisas, com 16 anos fiz minhas primeiras publicações e até hoje sigo escrevendo”, contou Chico.
A atividade foi promovida por um grupo de 15 cordelistas que está participando da Flifs.
Vidas em Cordel / Museu da Pessoa
Pela primeira vez, o público da Feira do Livro conta com a presença do Museu da Pessoa, que ocupou a alameda principal do evento com a exposição ”Vidas em Cordel”.
Segundo a curadoria, a exposição itinerante é uma forma de valorizar as narrativas individuais como um legado de cada um de nós e valorizar a cultura popular brasileira como uma herança a ser transmitida e constantemente reapropriada.
No espaço, o público conhece histórias de vida que foram ”cordelizadas” e trabalhadas como obras literárias, apresentando trajetórias ao mesmo tempo épicas e cotidianas.