quinta-feira, novembro 14, 2024
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Estudo brasileiro mostra impacto positivo do exercício físico em pacientes oncológicos que fazem tratamento com imunoterapia

A prática de exercícios físicos regulares durante o tratamento de câncer pode melhorar significativamente a qualidade de vida do paciente. Um estudo inédito conduzido pelo oncologista do Grupo Oncoclínicas, Paulo Bergerot, mostrou o impacto positivo do exercício físico em pacientes com câncer em tratamento com imunoterapia.

O trabalho, apresentado no 11º Congresso Internacional Oncoclínicas e Dana-Farber, que acontece em São Paulo entre os dias 14 e 16 de setembro, avaliou 40 pacientes com diferentes tipos de câncer em tratamento com imunoterapia isolada ou realizada em combinação com quimioterapia. Os pacientes iniciaram um programa de atividades físicas remoto e supervisionado de 12 semanas que incluiu exercícios de resistência e aeróbicos, realizados por 3 a 5 horas semanais (4 a 6 dias por semana). As atividades físicas foram orientadas e supervisionadas pelo preparador físico Jonas Ribeiro. Considerando a característica remota do estudo, foi utilizado as plataformas WhatsApp para contato direto com os pacientes e Vedius para prescrição dos exercícios. Os pacientes foram acompanhados também por uma equipe médica e psicológica no início e ao final do estudo.

De acordo com o oncologista e autor da pesquisa, o objetivo foi desenvolver um método de intervenção com acompanhamento remoto e estudar a viabilidade de implantação do projeto para pacientes em tratamento oncológico.

“Estudos recentes já vêm demonstrando que a prática de exercícios deve ser estimulada não apenas como método eficaz de prevenção ao câncer na população em geral, mas especialmente ao paciente após o diagnóstico de câncer seja na fase do tratamento ou depois dele. Ressalta-se ainda que há um grande potencial de expansão deste método de atenção ao paciente. Os resultados deste primeiro estudo mostram que esta é uma estratégia promissora e de baixo custo, portanto, com potencial de ser implementado em serviços públicos para pacientes com câncer menos favorecidas economicamente”, destacou o médico.

Os participantes tinham idade mediana de 59 anos e eram predominantemente do sexo feminino. A maioria dos pacientes analisados foi diagnosticada com câncer de mama (24,4%) e câncer renal (22,0%).

“Até onde sabemos, este é o primeiro estudo a examinar a viabilidade e eficácia de um programa de exercícios remotos supervisionados entre pacientes com câncer recebendo imunoterapia na América Latina. Nossos resultados demonstraram, portanto, que este programa remoto é viável e pode melhorar os sintomas relacionados ao tratamento, a fadiga, ao mesmo tempo em que fornece uma alternativa prática e de fácil acesso aos pacientes. Essa linha de pesquisa será aprofundada em diferentes cenários em estudos subseqüentes de maior porte como ensaios clínicos randomizados”, finaliza o oncologista.

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