sexta-feira, novembro 8, 2024
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Em Cachoeira, Jerônimo prestigia solenidade da Assunção de Nossa Senhora e defende legado de luta do povo baiano

Celebrada com devoção e tradição na cidade histórica de Cachoeira, Recôncavo Baiano, a solenidade da Assunção de Nossa Senhora, realizada pela Irmandade da Boa Morte contou com a presença do governador Jerônimo Rodrigues, nesta terça-feira (15). Comemorada há mais de dois séculos, a festa tem sua importância reconhecida ao ser registrada como Patrimônio Imaterial da Bahia, desde 2010, pelo Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural (IPAC). Neste ano, teve início no último domingo (13) e se encerra na quinta-feira (17).

Em uma atmosfera marcada por rituais religiosos e pela cultura local, a celebração teve início na Casa da Irmandade Nossa Senhora da Boa Morte, onde o governador Jerônimo Rodrigues se uniu às Irmãs da Boa Morte e aos fiéis. Com as mulheres vestidas de branco e enfeitadas com colares, pulseiras e joias, além de um pano vermelho nas costas simbolizando a riqueza, a procissão seguiu em direção à Igreja Matriz da cidade, onde aconteceu a Solenidade da Assunção de Nossa Senhora.

Foto: Feijão Almeida/GOVBA

Jerônimo Rodrigues enfatizou que a festa é um dos mais relevantes exemplos da importância dos povos negros em diáspora na cultura brasileira. “A Irmandade traz elementos de reflexão sobre o combate à escravidão em suas novas formas, além da promoção da qualidade de vida para as pessoas negras, com oportunidade de educação e autonomia para que possam ser soberanas. Então, a gente vem celebrar, mas vem também se comprometer com a preservação desse nosso patrimônio cultural e imaterial”.

Criada em 1820, a Irmandade da Boa Morte é uma confraria religiosa afro-católica que, por muito tempo, foi responsável pela alforria de inúmeros negros escravizados. Iniciadas na Igreja da Barroquinha, em Salvador, as atividades religiosas, sociais e culturais da Irmandade da Boa Morte permanecem ativas ainda nos dias atuais. “Estamos sustentando a nossa cultura, porque não podemos perder essa essência, esses ancestrais que nos deixaram. Precisamos conservar, para jamais deixar de ser feita, do jeito que é, em prol deles todos que fizeram parte, com a benção de Maria”, afirmou a presidente da Irmandade da Boa Morte, Joselita Sampaio Alves.

Além dos momentos de religiosidade, a festa também é marcada por eventos culturais, como apresentações de dança, música e gastronomia típica. Os moradores e visitantes têm a oportunidade de vivenciar a rica herança cultural que permeia cada aspecto da região do Recôncavo.

Foto: Feijão Almeida/GOVBA

Também presente no evento, o secretário de Turismo, Maurício Bacelar, destaca o apoio do Governo do Estado para a realização da festa. A Superintendência de Fomento ao Turismo (Sufotur), vinculada à Setur, realizou o investimento de R$ 288 mil para contratação de atrações artísticas. Conforme o titular da pasta, o município de Cachoeira atrai muitos visitantes por causa de sua relevância cultural, religiosa e histórica. “Essa festividade é a expressão do sincretismo religioso, que atrai a atenção de muitos visitantes. Cachoeira também é palco da ebulição das lutas do povo brasileiro pela nossa liberdade há 200 anos”.

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