A forma como nos relacionamos com a comida e o tipo de alimento que consumimos são uma das mais significativas transformações sociais das últimas décadas que contribuiu muito para o aumento do adoecimento na sociedade. “Passamos a comer alimentos cheios de agrotóxicos, aditivos, com muito sal e açúcar. Nos tempos atuais, mesmo quem evita esses alimentos e escolhe uma alimentação saudável, não consegue obter todos os nutrientes necessários para nutrir os seus 100 trilhões de células”, constata o neurologista Italo Almeida.
A agricultura sofreu grandes modificações que resultaram em importantes mudanças na qualidade nutricional dos alimentos. Legumes, verduras e frutas têm muito menos vitaminas e minerais devido ao esgotamento do solo. “Por isso, hoje é tão importante fazer suplementação destes nutrientes”, defende o diretor médico da NeuroIntegrada.
De acordo com o especialista, o déficit de Magnésio atinge cerca de 70% da população, mas este fato é totalmente desconhecido pela maioria dos profissionais de saúde porque o déficit só é mensurado corretamente dosando o Magnésio intracelular. “Só 1% do Magnésio fica no sangue, onde costuma ser dosado, e que quase nunca vai estar baixo porque sua importância é tão grande para evitar arritmias e convulsões (desmaios) que, se o nível no sangue cair, imediatamente o corpo, com toda sua sabedoria, o retira da célula para o sangue, completando as reservas que necessitam ser repostas”, explica o neurologista que é Máster em Medicina Natural pela Universidade de Santiago de Compostela.
A suplementação do magnésio é recomendada na maior parte da população, que não consome vegetais ricos nesse mineral encontrado no centro da clorofila. “Mesmo os que consomem folhas não conseguem a quantidade necessária de magnésio para suprir as necessidades”, acrescenta.
Mais de 80% da população tem também deficiência de vitamina D, um dos principais fatores de risco para câncer, doenças autoimunes e infecções graves. “É um fator de risco fácil de ser controlado e que poucas pessoas têm o conhecimento necessário, incluindo profissionais de saúde”, lamenta o médico ressaltando que a vitamina D, na verdade o hormônio D, regula mais de 2000 mil genes voltados, principalmente, para a imunidade, ou seja, resistência a infecções, prevenção do câncer e de doenças autoimunes.
“No câncer, é a perda da vigilância imunológica que permite a multiplicação descontrolada das células formando o tumor. Nas doenças autoimunes, a resposta de controle contra antígenos é exagerada e o corpo passa a se agredir. A molécula mais importante para regular tudo isso é o hormônio D e o nível adequado para esse controle é bem maior do que o aceito pelos laboratórios brasileiros, que se baseiam em média populacional de uma população que toma muito pouco sol e, portanto, têm níveis médios muito baixos”.
Especialista em Medicina do Estilo de Vida, Almeida destaca que muitas doenças podem ser evitadas ou proteladas quando o corpo está fortalecido por estes elementos vitais que regulam tantas funções. Ele defende que a suplementação adequada precisa ser vista como um serviço de utilidade pública pelos profissionais de saúde porque pode reduzir de forma acentuada o adoecimento se agir na base, nas causas fundamentais da perda do metabolismo e da imunidade, provocadas pelo déficit de tantos nutrientes essenciais. “Já existem muitos trabalhos científicos de boa qualidade para os critérios da Medicina baseada em evidências. Somente de vitamina D e COVID, por exemplo, existem mais de 240mil publicações no Google Acadêmico, onde só são aceitos artigos que tenham um mínimo de embasamento científico”, reitera.
Com objetivo de auxiliar a prescrição com fundamentação cientifica, aumentando o domínio e conhecimento sobre Suplementação entre a classe médica e profissionais de saúde, Italo Almeida vai ministrar o curso Suplementação na Prática. Os encontros da formação acontecem no Hotel Quality, no Stiep, nos dias 16 e 30 de setembro, das 8 às 13 horas. “É fundamental que os profissionais de saúde se sintam seguros em dosar e prescrever vitaminas e minerais de forma correta, individualizada e eficiente”, conclui.