As festividades juninas são apreciadas pelos nordestinos, representando o forró, pratos tradicionais e uma rica tradição cultural. Entretanto, especialmente nas áreas rurais, esse período requer precauções, especialmente em relação a queimaduras causadas pela manipulação de fogos de artifício e fogueiras. Nestes casos, além de saber o que fazer, é igualmente importante saber o que não fazer. Por exemplo, receitas caseiras não devem ser utilizadas como tratamento para queimaduras.
As festas juninas estão entre as favoritas dos nordestinos, como sinônimo de forró, comidas típicas e muita tradição. Mas, principalmente nas cidades do interior, esse período também exige alguns cuidados, principalmente em relação a queimaduras, que podem ser provocadas durante a queima de fogos de artifício e em fogueiras. Nesses casos, saber o que não fazer é tão importante quanto saber o que fazer. As receitas caseiras, por exemplo, não devem ser usadas em casos de queimaduras.
Dermatologista e professora do curso de Medicina da Universidade Salvador, Naila Nunes alerta para os riscos do uso dessas receitas e as possibilidades de sequelas.
“Embora algumas receitas caseiras sejam baseadas em ativos medicamentosos é necessário saber a classificação correta da queimadura para evitar possíveis complicações, como infecções, retardo na cicatrização ou o surgimento de alguma alergia ou irritação na pele”, afirma a especialista.
A médica também lembra: os riscos associados a uma queimadura aumentam à medida que o seu grau se torna mais severo.
“Quanto maior o grau da queimadura, maior a profundidade da lesão na pele, levando a mais complicações. O primeiro grau da queimadura, normalmente, não gera um dano visível posterior, enquanto no segundo grau há formação de bolha, podendo gerar uma cicatriz maior e até risco de infecção. As lesões de terceiro grau são as mais complexas, já necessitando de intervenção cirúrgica”, esclarece Naila Nunes.
Primeiros socorros
Sobre o que que fazer em casos de queimaduras, a professora do curso de Enfermagem da Universidade Salvador, Maria José Barros, orienta: o primeiro passo é desconectar a vítima da fonte da queimadura. E completa: “deve-se evitar, também, o uso de qualquer substância, sob o risco de piorar o problema”.
A especialista explica, ainda, que os primeiros socorros para queimaduras na pele envolvem lavar a parte queimada com água corrente, através de jatos suaves, por, aproximadamente, dez minutos. Caso haja poeira ou insetos no local, é necessário manter o machucado coberto com um pano limpo e úmido, para proteger a lesão.
É importante evitar mexer no ferimento. Após os primeiros socorros, a vítima deve ser encaminhada para uma unidade de saúde, onde passará por diagnóstico e receberá o tratamento adequado. Em caso de formação de bolhas, não se deve furá-la. Além disso, não se deve tentar descolar tecidos grudados na pele queimada.
Maria José Barros também destaca: “cada grau de queimadura requer um tratamento específico. Toda queimadura deve ser analisada em uma unidade de saúde para que o paciente possa receber o tratamento adequado para o seu caso”, frisa a docente, que integra o Ecossistema Ânima.
Graus
As queimaduras podem ser divididas em três tipos: 1º grau, acomete apenas a camada mais superficial da pele, com vermelhidão e dor leve ou moderada; 2º grau, provocam danos mais profundos na pele, com formação de bolhas e dor mais intensa; 3º grau, forma mais grave das queimaduras, acometendo a derme mais profunda, onde há terminações nervosas e possibilidade de formação de crosta e cicatrizes.