Uma grande parte das pessoas acredita que aquelas mulheres que já tiveram filhos naturalmente não apresentarão problemas relacionados à fertilidade no futuro. Mas a verdade é que nem sempre é assim. A infertilidade ocorre ou começa a se manifestar ao longo do tempo, mesmo depois de ter filhos sem nenhuma complicação prévia. Esta patologia é conhecida como infertilidade secundária e atinge, em média, de 10 a 15% dos casais no Brasil.
“A infertilidade secundária está associada principalmente à idade da mulher, pois sabemos que o tempo afeta acentuadamente o potencial reprodutivo delas. Mas o alerta é que o problema também pode ser devido a outros fatores, como endometriose ou desequilíbrios hormonais. A partir dos 35 anos a qualidade e quantidade dos óvulos cai drasticamente e a partir dos 38 anos, aumentam as possibilidades de alterações cromossômicas nos embriões”, conta o Dr. Agnaldo Viana, médico do IVI Salvador.
No caso dos homens, é fundamental destacar que certas mudanças nos hábitos de vida ou de saúde, além do surgimento de alguma doença ou patologia grave, podem influenciar na perda da qualidade seminal, afetando diretamente as chances de uma gravidez.
“Justamente por isso, é que precisamos sempre que nos deparamos com uma situação de infertilidade – mesmo a secundária – investigar ambas as partes”, explica o médico. Como a principal razão para a infertilidade secundária tende a ser a idade, especialmente das mulheres, os especialistas recomendam que elas realizem a preservação da fertilidade, através do congelamento de óvulos, sempre que for possível. “Assim, se essa mulher teve um primeiro filho de forma natural, mas por algum motivo resolver que quer engravidar 10 anos depois, terá óvulos preservados, em qualidade adequada para gerar essa nova vida“, pondera.
O congelamento de óvulo permite principalmente adiar a capacidade reprodutiva da mulher pelo tempo que ela desejar. Dessa forma, quando a mulher pretende engravidar, poderá utilizar seus óvulos previamente vitrificados, que manterão intactas, as características que tinham quando foram colhidos.
Buscar ajuda na reprodução assistida
Uma pergunta bastante comum que as pessoas fazem é justamente: quando buscar ajuda? O melhor momento para consultar um especialista em medicina reprodutiva sobre uma possível infertilidade secundária seria, se a mulher tiver menos de 35 anos, após um ano de relações sexuais regulares sem engravidar. No caso de mulheres mais velhas (acima de 35 anos), recomenda-se a consulta após seis meses de relação sexual sem gravidez.
“Existe a convicção de que mulheres e casais que tiveram o primeiro filho sem nenhum problema e com naturalidade podem esperar que o mesmo aconteça com o segundo. Às vezes não é assim, e esse fato pode levar a grande sofrimento e estresse. A infertilidade secundária tem, portanto, um grande impacto a nível emocional”, conclui o Dr. Agnaldo.