Em depoimento aos membros do Conselho de Ética da Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro, Heitor Nazaré, ex-assessor do vereador Gabriel Monteiro (PL), acusou o parlamentar de praticar sexo na frente de sua equipe durante o horário de trabalho.
O ex-assessor de Gabriel disse que o vereador levava mulheres para sua casa, local de trabalho dos seus funcionários, e praticava atos sexuais na frente de sua equipe. Heitor também revelou ao Conselho que algumas mulheres ficavam constrangidas com os pedidos do parlamentar.
“Então, ali, já teve ocasiões que a gente estava editando vídeo durante o expediente, e o Gabriel chega lá com uma garota e começa a transar com a garota na nossa frente, mandar ela alisar ele e coisas do tipo. Algumas vezes a gente notava que as garotas estavam constrangidas, e a gente tentava ali contornar a situação, falar para o Gabriel parar, ou a gente mesmo sair da sala”, contou o ex-funcionário.
“Algumas aceitavam tranquilamente, entravam no clima, e outras já ficavam constrangidas e pediam para ele parar, mas ainda assim ele continuava, pedia pra mostrar o peito pra gente”, completou Heitor.
Os trechos de depoimentos foram revelados no relatório final da investigação conduzida pelo Conselho de Ética da Câmara de Vereadores do Rio.
Relator pede cassação
O vereador Chico Alencar (PSOL), relator das denúncias de assédio sexual, moral e estupro contra o vereador Gabriel Monteiro (PL), pediu a cassação do parlamentar na tarde desta terça-feira, 2. O relatório final com as conclusões sobre o caso foi entregue ao Conselho de Ética da Câmara de Vereadores do Rio após três meses de apurações.
“Diante das provas restou fartamente demonstrado que o vereador Gabriel Monteiro praticou (ou ordenou que se praticasse a seu mando) atos deploráveis e inteiramente incompatíveis com o decoro que se espera de um vereador da Câmara Municipal do Rio de Janeiro”, concluiu Chico Alencar.
Alencar destacou ainda que os atos de Monteiro são incompatíveis com o decoro parlamentar e “tiveram o condão de atingir a própria essência do Poder Legislativo ao qual pertence”: “Todas essas posturas malferindo a imagem, a honra e a reputação desta Câmara Municipal e contribuindo para a antidemocrática negação da Política”.
O vereador tem até o dia 10 de agosto para apresentar sua defesa. Na sequência, o Conselho de Ética tem até cinco dias úteis para avaliar se aprova, ou não, o parecer de Alencar. A previsão é de que o caso vá ao plenário da Câmara do Rio no dia 16 de agosto.
Com informações do Terra Foto: Michael Douglas