O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta sexta-feira (20/10) que o Brasil terá um ministério específico de Segurança Pública, que não será conflitante com a responsabilidade dos estados de cuidar de suas polícias, mas que será fundamental para combater o tráfico de armas e de drogas nas fronteiras do Brasil. “Nós vamos estabelecer um novo padrão de controle de armas e de drogas”, disse ele.
“Temos no nosso programa a proposta de criar o Ministério de Segurança Pública. Esse ministério não será conflitante com a responsabilidade que o governo do estado tem de cuidar da polícia do estado. Mas queremos criar esse ministério para que a gente possa, inclusive, combater o tráfico de armas e drogas nas fronteiras. Vamos ter que construir policiais especiais, ter nova polícia nacional que possa dar conta do recado”, afirmou em entrevista coletiva no Rio de Janeiro (RJ).
“Nós vamos estabelecer um novo padrão de controle de armas e de drogas”, garantiu Lula.
“Não é possível que a gente não tenha o controle das armas que são vendidas nesse país. Não é possível”, disse, criticando os decretos do presidente Jair Bolsonaro que facilitaram o acesso a armas de fogo. Segundo Lula, o que o país está vendo é o narcotráfico se preparando e se modernizando, com a autorização do governo, para enfrentar não só a polícia, mas a tranquilidade do povo brasileiro.
“Os decretos do Bolsonaro liberaram armas para todo mundo e quem está adquirindo armas não são as pessoas honestas, não são as pessoas de famílias desse país, não são os trabalhadores desse país. Quem está tendo acesso a arma, que antes era obrigado a invadir o arsenal da Marinha, do Exército, da Aeronáutica ou da polícia militar, é o narcotráfico e o crime organizado, que vão livremente comprar armas” disse.
Segundo Lula, esse acesso do crime organizado a quantidade que quiser de fuzis, metralhadoras, pistolas e cartuchos não pode ser feito para o bem. “Para as famílias que trabalham, para as famílias que vivem em paz, não interessa comprar armas. Quem tem que ter armas boas para enfrentar o crime organizado é a polícia, não o cidadão comum”, disse, acrescentando que essa liberação pelo governo faz aumenta o número de tiros e de violência no Brasil.