A banda baiana Clube de Patifes lançou hoje, 31, seu mais novo single, intitulado “Encruzilhada”. Com produção musical de André T, a faixa marca uma série de atividades intensas para a banda, incluindo a estreia de um novo álbum, previsto para agosto deste ano.
“Encruzilhada” é uma composição que traz uma mensagem de resiliência e transformação. A letra, com trechos marcantes como “não existe dor, ou mal algum que não tenha cura” e “muitos passos, muda a direção, mas o mesmo caminhar”, reflete a essência do Candomblues — ritmo que a banda vem desenvolvendo ao longo de sua trajetória. Trata-se da fusão entre o Blues e elementos do Candomblé, Umbanda e Quimbanda, que caracteriza a nova fase do Clube de Patifes, sempre inovadora e conectada às suas raízes afro-brasileiras.
Segundo o baterista Paulo de Tarso, a canção traz a profundidade e a força do Candomblues, antecipando um álbum que certamente será um dos mais relevantes na história do grupo. “Essa soul music fala sobre caminhos, rotas, estradas, jornadas que se cruzam. Trata também das escolhas que precisamos fazer e das decisões que devemos tomar para seguir”, detalha. “‘Encruzilhada’ nos remete aos espaços sagrados onde arriamos nossos ebós, nossas oferendas para Exu e Pomba Gira. Também faz parte do imaginário coletivo como o local onde o bluesman fazia seus pactos. No nosso sagrado, é onde encontramos nossas divindades das estradas, senhores dos nossos caminhos, para ‘brindar com um velho Bourbon, tragar um charuto dos bons’. Mas, acima de tudo, é onde firmamos e reafirmamos nossos caminhos e nosso caminhar”, explica.
Sobre a Clube de Patifes
Clube de Patifes surgiu no final dos anos 90, na Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), e rapidamente se destacou na cena musical baiana. Formada inicialmente por Paulo de Tarso, Kleber Monteiro, Isaac Afonso e Pablues, a banda lançou seu primeiro álbum “Do palco ao balcão” em 2001, consolidando-se como uma big band de blues.
Ao longo dos anos, a Clube de Patifes ampliou suas fronteiras, conquistando públicos não apenas na Bahia, mas em diversos estados brasileiros. O segundo álbum, “Com um pouco mais de alma” (2010), trouxe as canções “Um dia blue” e “Mulher de repente ”, que viraram clássicos indispensáveis nos shows, e foi responsável por solidificar a posição da banda na cena independente do Nordeste.
Em 2013, o álbum “Acústico” apresentou versões desplugadas de canções anteriores, além de novas composições, aumentando ainda mais a popularidade da banda. Já em 2015, com “Casa de Marimbondo”, a Clube de Patifes iniciou sua jornada no Candomblues, uma inovadora fusão de blues com ritmos e elementos místicos das religiões afro-brasileiras.
Este trabalho foi produzido por André T, parceiro de longa data que também assina a produção do mais recente álbum de estúdio, “MACUMBA”, que será lançado este ano. O álbum marca mudanças profundas na formação da banda, com a saída de Pablues e a entrada de Piveton, uma jovem promessa da cena feirense, além do retorno de Rodrigo Borges que, junto com Marquinhos Menezes, assina as guitarras.
Completando 26 anos de carreira, atualmente a Clube de Patifes é composta por Piveton (pandeiro e voz), Jocapone (contrabaixo), Marquinhos Menezes e Rodrigo Borges (guitarras) e Paulo de Tarso (bateria).
Foto: Guilherme Caixeta Andriani