Com a chegada do Ano Novo tradicionalmente surgem as metas e a maioria delas envolve aspirações para um melhor planejamento financeiro. Entretanto, organizar as finanças pode representar um desafio para muita gente, principalmente, por conta dos gastos com as festividades de final de ano.
O contador, Felipe Oliveira, fala ao Jornal Folha do Estado e ao programa Rádio Serviço da Rádio Geral, como a organização financeira é fundamental e deve ser realizada ao longo de todo o ano. “Sempre digo que o planejamento financeiro envolve três místicas: poupar, produzir e investir. Primeiro você poupa e se safa das dívidas ou do seu objetivo, produz com o que você poupou e investe. Então o planejamento é uma tríade. Se você conseguir executar as três etapas está no caminho para ter uma saúde financeira em 2024”, explica.
Sobre onde empregar o 13º salário, Oliveira diz que primeiro é preciso analisar o cenário, e destaca que investimento, planejamento, paciência, disciplina e análise de risco, te levam longe. “É preciso analisar a taxa de juro de mercado, se precisa quitar dívidas. Por exemplo, a gente tem dívidas de cartões de crédito que hoje têm uma taxa de juros acima de 400%, então minha recomendação é priorizar a quitação de dívidas, para depois pensar em investir. Faz o levantamento dos débitos todos, pois, muitas vezes o 13º é utilizado para gastos, na mística do consumismo e gasta desenfreadamente. Então a recomendação é sempre quitar, para depois produzir e investir”, recomenda.
O especialista salienta como organizar finanças para quem tem ganhos de um salário mínimo, pois, de acordo com Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a maioria da população brasileira (60,1%) vivia com até um salário mínimo por mês até 2022.
“Analisando os assalariados, que são a grande maioria do público consumidor brasileiro, costumo dizer que baseei o salário em uma laranja, onde será dividida em várias partes com as devidas prioridades. Primeiramente os gastos fixos, que são os fundamentais como alimentação, vestuário, moradia, escola, energia, água… O que sobra é que deve ser analisado, e se comporta investimentos, viagens, gastos extras. Costumo repetir uma máxima: ‘Se pague primeiro’, para depois pensar em investir. A divisão do salário tem três partes: Uma parte você paga (gastos fixos), a segunda parte você investe (investimento) e a terceira para consumo (gasto supérfluos)”, diz.
Golpes do investimento lucrativo
Felipe ressalta que há muitas modalidades de golpes que oferecem grandes lucros a curto prazo, principalmente, envolvendo as chamadas moedas digitais.
“O mercado digital hoje está cheio de golpistas. Frequentemente digo que o melhor investimento a ser feito é em você mesmo, mas quando trazemos isso para o tradicional mercado financeiro, para a prática, há alguns investimentos sólidos. A poupança hoje não é mais um investimento, então tem alguns mercados sólidos para quem está começando que são as chamadas rendas fixas. Elas não têm uma rentabilidade tão alta, mas ela tem uma rentabilidade muito maior do que a poupança e seu dinheiro está garantido pelo chamado Fundo Garantidor de Crédito (FGC), onde o dinheiro investido rende muito mais que a poupança e a chance de perder o investimento é zero. Com o tempo, quando você estuda um pouco mais e aprende sobre fundo imobiliários, ações e consegue caminhar em direção ao que chamamos de liberdade financeira”, salienta.