quinta-feira, março 28, 2024
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Com lançamento 13 de agosto, projeto Traço Negro destaca artistas visuais negres do Recôncavo da Bahia

Traço Negro está aqui para dizer de potência de vida, de geração de mundos, de transformação de imaginários, de invenção de realidades. Nos sabemos negres e sabemos de nossas histórias, o passado conversa com nossa pele, emaranha nossos cabelos e nos lança para as encruzilhadas, estas cheias de possibilidades, de distintos caminhos prenhes de novas narrativas, de outras imagens e de múltiplas existências (MELO, Tina. 2022)

O parágrago acima é uma citação direta, conforme escrevemos nos artigos e outros trabalhos acadêmicos. Período destacado de Traço Negro – Negres Nas Artes Visuais do Recôncavo da Bahia, livro cartográfico que conta vida e obra de artistes negres das duas cidades que margeiam as águas douradas do Rio Paraguaçu, berço e foco da pesquisa de mestrado da conterrânea e multiartista Tina Melo. Escrito em dois tempos, entre encruzilhadas e casarios, este escrito ganha formato e-book e será lançado pela Duna Editora, dia 13 de agosto, através de live no youtube do projeto.

Em ponte, conforme gira ancestral, Tina Melo lança também Documentário e Exposição On-line, de título homônimo. Todos os três produtos estarão disponíveis no sítio digital www.traconegro.com. *No dia 13 de agosto, a partir das 16h, o evento totalmente virtual contará com us artistes e equipe técnica do projeto. O público/espectador poderá assistir a primeita exibição do filme e realizar uma visitação guiada à galeria virtual, além de bater um papo com Tina Melo e convidados.

Tracejados

O projeto Traço Negro (@traco_negro) e seus produtos são conquistas de uma pesquisa de título homônimo iniciada em 2014 por Tina Melo, no Mestrado Profissional em História da África, Diáspora e dos Povos Indígenas – concluído em 2016 -, na Universidade Federal do Recôncavo da Bahia em Cachoeira, que visa refletir sobre a invisibilização de artistas visuais negres em Cachoeira e São Félix, apresentando possibilidades de afirmação dessas histórias de vida e de produção.

O livro, o documentário e a exposição mergulham na trajetória desses homens e mulheres. A idéia é que cada produto do projeto possa apresentar um aspecto diferente da trajetória de vida e da arte dessas pessoas, de maneira poética e afirmativa. No livro, com subtítulo Narrativas Negras nas Artea Visuais de Cachoeira e São Félix, que ficará disponível para download por tempo indeterminado no site Traço Negro, traz uma linguagem poética que flui numa abordagem de inspiração biográfica, sem pretensões descritivas, que constrói imagens de vida e trabalho, em narrativas espiralares.

O documentário, com título geral TRAÇO NEGRO, um filme de depoimentos escreviventes, com falas em primeira pessoa, apresenta traços, caminhos e memórias dessus artistes, suas inspirações, anseios, motivações e percepções do território, do fazer artístico, da vida e do olhar para o mundo. Um retrato descritivo a partir do lugar de e com a fala. Poderá ser assistido até 20 de agosto no Youtube e site do Traço Negro.

Já a exposição virtual, subtítulo Outras Histórias das Margens do Rio também disponível para visitação por tempo indeterminado, apresenta um pequeno recorte dessa vasta produção, que busca mais do que determinar um estilo ou tipificação de conceitos, mas sim apresentar a diversidade e complexidade de formas e ideias propostas por cada artista, em suas variadas linguagens. Esta vem num formato imersivo diferente.

Muito nos acostumamos a exposições presenciais, mas a exposição Traço Negro foi adaptada o formato virtual, através da plataforma Art Steps, que possibilita a aproximação do público para a fruição das obras e livre trânsito pelo espaço expositivo.A pessoa que acessar poderá percorrer toda a área com livre escolha por onde começar ou terminar a visitação, e a partir do seu toque na tela, aproximar-se de obras e visualizá-las a partir de outro ângulo.

Pluralidade

Aletícia Bertosa, Áydano Jr., Billy Oliveira, Biro,  Diego Araújo, Deisiane Barbosa, Florisvaldo Ribeiro (Flor do Barro),  Carlos Alberto do Nascimento (Fory), Gilberto Filho, Renato Kiguera, Celestino Gama (Louco Filho), Almir Oliveira ( Mimo) e seu filho Ronald Oliveira, Eraldo Souza Jr. (Pirulito), Rita de Cássia, Jonilson Rodrigues (Sininho) e Tina Melo. São estes us artistes de Traço Negro, que levam no olhar, no toque, na voz e no corpo, a memória viva de antepassados atlânticos.

Ao todo, 17 artistas compõem este primeiro mapeamento Traço Negro. Há um décimo oitavo. No procesos criativo desse traço visual recôncavo, num mergulho nas águas negras e douradas, em 2017,  J. Cardoso, o Doidão, fez sua passagem para o plano ancestral. O grande escultor cachoeirano deixou um imenso legado, contribuição inquestionável para a produção escultórica da Bahia e do Brasil. Hoje, uma lembrança alegre, um nome a ser guardado e ao qual o projeto rende uma homenagem.

Encruzilhadas

Tina Melo conta que todo o material foi desenvolvido a partir de encontros, conversas, diálogos e trocas com us artistes, “processo intenso e fecundo, que alimenta a alma, o imaginário e as ideias”. As primeiras entrevistas que deram origem ao livro foram feitas entre 2016 e 2017 em Cachoeira. Após um longo período de aguardo, devido a pandemia do Covid-19, volta a Cachoeira e São Félix para realizar novas entrevistas em maio de 2022. 13 dias imersivos pelas encruzilhadas destas duas cidades que margeiam o Paraguaçu, com uma equipe de audiovisual e produção, para atualizar informações e finalmente conseguir um registro audiovisual para execução do documentário e registros fotográficos para livro e exposição.

Esculpir, pintar, escrever, performar, pontilhar, desenhar, bordar, costurar, restaurar, olariar, muitas outras são artes que compõem us artistes do Recôncavo da Bahia. Manuseios que influenciam a artista que é Tina Melo, que a levam a formar-se em artes, em produzir suas obras em vários campos artísticos e a fazem sempre retornar a cidade que margeia o Paraguaçu. Em sua diversidade, Traço Negro faz um recorte na escultura e pintura, mas também a performance.

Tina Melo – A Inquieta

Traço Negro é resultado de uma inquietação a partir da falta de visibilidade de estudos que registrem e analisem a produção negra de arte. Traço Negro é um tipo de resposta, ou caminho que apresenta possibilidades de preenchimento de uma lacuna de referenciais negros nas artes visuais sentida pela Tina Melo.

Traco Negro não se encerra aqui,  é tracejar que traz consigo ruas artísticas encruzilhadas e negres de Cachoeira e São Félix, a reafirmação do povo preto pela e com as artes visuais. O projeto tem apoio financeiro do Estado da Bahia, através do Fundo de Cultura, Secretaria da Fazenda, Fundação Cultural do Estado da Bahia e Secretaria de Cultura da Bahia.

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